Ontem eu publiquei um post sobre fantasia urbana no Instagram. Como estava pensando em um tema para voltar com os artigos aqui do blog do Luís, decidi usar esse que é um dos meus assuntos preferidos.
A fantasia urbana é um dos gêneros mais legais e fascinantes da literatura de fantasia. Mas o que exatamente significa isso? Bem, pega a pipoca e se acomoda, porque vou te explicar tudinho!
Definindo a Fantasia Urbana
A fantasia urbana é um gênero literário que mistura elementos mágicos e sobrenaturais com cenários urbanos modernos. Imagina só: criaturas místicas andando pelas ruas da sua cidade, magia acontecendo no metrô, e aquele prédio antigo sendo, na verdade, um portal para outro mundo! Legal, certo? Essa combinação cria um contraste interessante entre o cotidiano e o extraordinário, tornando as histórias cativantes e cheias de surpresas.
O principal charme da fantasia urbana é que ela traz o fantástico para perto de nós. Diferente da fantasia épica, que geralmente se passa em mundos completamente imaginários, a fantasia urbana coloca seres mágicos e eventos sobrenaturais em ambientes que conhecemos bem. É como se as histórias quisessem nos fazer acreditar que, se olharmos com atenção, poderemos encontrar algo mágico em nossa própria vizinhança.
Origens da Fantasia Urbana
Esse gênero não é tão novo quanto parece. Suas raízes remontam às histórias folclóricas e mitos que já faziam essa mistura entre o comum e o extraordinário. No entanto, foi a partir das décadas de 1980 e 1990 que a fantasia urbana começou a ganhar forma como conhecemos hoje, especialmente com o sucesso de autores como Charles de Lint e Neil Gaiman.
Charles de Lint é frequentemente citado como um dos pioneiros da fantasia urbana, com seus contos e romances que combinam mitologia celta com cenários modernos. Já Neil Gaiman, com obras como “Sandman” e “Deuses Americanos”, trouxe uma nova dimensão ao gênero, explorando o impacto das divindades antigas no mundo contemporâneo.
As origens da fantasia urbana também estão ligadas ao movimento literário conhecido como new weird, que desafia as convenções dos gêneros tradicionais de ficção científica e fantasia, misturando horror, mitologia e realismo mágico. Essa abordagem experimental ajudou a moldar a fantasia urbana como um gênero flexível e inovador, onde praticamente qualquer coisa pode acontecer.
Exemplos Populares
Pra quem está chegando agora nesse universo, alguns exemplos populares são:

Percy Jackson e o Ladrão de Raios, de Rick Riordan, que traz os deuses e criaturas da mitologia grega para o mundo moderno. As aventuras de Percy e seus amigos são cheias de ação e humor, além de apresentarem a mitologia grega de uma maneira acessível e divertida para os leitores mais jovens.

A Filha do Tempo e os Descendentes de Etherion, de Rod Zandonadi (eu mesmo, que vos falo), que apresenta Deb e Pri, duas garotas que viviam suas vidas tranquilamente (ou quase isso), até que coisas estranhas começam a acontecer. Logo elas se veem enfrentando deuses, monstros, asuras e folclóricos, e precisam decidir entre salvar o mundo ou a segurança de sua família.

Sandman, de Neil Gaiman, que mistura deuses, lendas urbanas e figuras míticas em cenários contemporâneos. A série de quadrinhos é conhecida por sua narrativa complexa e personagens profundos, explorando temas como sonhos, realidade e identidade.

A Lista das Crianças Más, de Luis Arévalo, onde três adolescentes são convocados para salvar o Natal. Enfrentando desde bonecos de neve, até bruxas psicóticas, Thomas, Mikaela e Daniel precisam dominar poderes cedidos a eles pelo próprio Noel (o guardião guerreiro, não o velhinho senil) para salvar o feriado mais importante da humanidade, e, assim, salvar o mundo.

Harry Dresden, da série “The Dresden Files” de Jim Butcher, onde um detetive particular que é também um mago resolve casos sobrenaturais em Chicago. Essa série combina o estilo noir de detetives com magia, criando uma atmosfera única e intrigante.

Amari e os Irmãos da Noite, de B. B. Alston, conta a história de Amari, uma garota como outra qualquer que não se sentia aceita em nenhum lugar. Certo dia ela descobre uma maleta, e, ao dar uma fuçada, descobre a existência da Agência de Casos Sobrenaturais, uma organização secreta que pode estar ligada ao desaparecimento de seu irmão.
Outros exemplos incluem a série “Rios de Londres” de Ben Aaronovitch, onde um jovem policial descobre um mundo mágico escondido na capital britânica, e “A Descoberta das Bruxas” de Deborah Harkness, que combina romance, história e elementos sobrenaturais em uma trama envolvente.
Características Comuns
A fantasia urbana geralmente inclui:
- Cidades reais ou fictícias: Cenários urbanos são essenciais, podendo ser qualquer cidade do mundo ou uma cidade inventada. As histórias podem se passar em metrópoles movimentadas como São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York, Londres ou Tokyo, ou em pequenas cidades com seus próprios segredos.
- Conflito entre o mundo mágico e o mundo real: A coexistência do comum e do extraordinário, muitas vezes desconhecida pelo público geral. Esse conflito pode se manifestar de várias formas, desde batalhas épicas entre forças do bem e do mal até lutas pessoais dos protagonistas para equilibrar suas vidas cotidianas com suas habilidades ou responsabilidades mágicas.
- Personagens diversos: Humanos, vampiros, cucas, deuses, dragões, magos, demônios, fadas, lobisomens, curupiras, sacis, caiporas – a diversidade é a chave! Esses personagens muitas vezes trazem suas próprias culturas, histórias e conflitos para a trama, enriquecendo o mundo e oferecendo diferentes perspectivas sobre o que significa ser “normal” ou “diferente”.
Além dessas características, a fantasia urbana frequentemente explora temas como identidade, aceitação e o poder do desconhecido. Os protagonistas geralmente passam por jornadas de autodescoberta, onde aprendem a abraçar suas habilidades únicas e enfrentar seus medos. As histórias também podem abordar questões sociais e culturais contemporâneas, usando a magia como uma metáfora para desafios reais.
Quer mais um motivo para ler Fantasia Urbana?
Se você gosta de imaginar como seria se a magia existisse no mundo real, esse gênero é perfeito. Ele mistura a familiaridade do cotidiano com o escapismo do fantástico. Além disso, muitas histórias de fantasia urbana exploram temas profundos como identidade, pertencimento, e o confronto entre tradição e modernidade.
Ler fantasia urbana é como ter uma dose de aventura e mistério sem sair do lugar. É uma forma de escapar da rotina e mergulhar em mundos onde tudo é possível. Além disso, o gênero oferece uma rica variedade de histórias, desde romances e mistérios até thrillers e dramas, garantindo que há algo para todos os gostos.
Para os escritores, a fantasia urbana também oferece um campo fértil para a criatividade. A possibilidade de misturar o familiar com o fantástico permite criar histórias inovadoras e surpreendentes, explorando novos ângulos e ideias. É um convite para reimaginar o mundo ao nosso redor, questionando o que consideramos possível e impossível.
Concluindo…
A fantasia urbana é uma porta de entrada para um mundo onde a magia está apenas à espreita, esperando para ser descoberta. Se você ainda não leu nada do gênero, está na hora de começar! Pegue um livro, sente-se confortavelmente e prepare-se para ser transportado para um universo onde tudo é possível.
Então, da próxima vez que você estiver andando pela sua cidade, fique atento – quem sabe você não encontra uma caipora no parque ou um semideus no café da esquina? A magia está em toda parte, basta saber onde procurar!
Fontes
- Wikipedia – Fantasia Urbana: A página da Wikipedia oferece uma visão geral sobre o gênero, suas características e exemplos. Wikipedia
- Goodreads – Lista de Livros de Fantasia Urbana: O site Goodreads tem diversas listas e recomendações de livros populares dentro do gênero. Goodreads
- Neil Gaiman – Site Oficial: Neil Gaiman é um dos autores mais influentes no gênero, e seu site oficial traz informações sobre suas obras e o impacto delas na fantasia urbana. Neil Gaiman
- Jim Butcher – The Dresden Files: O site oficial de Jim Butcher oferece uma visão detalhada sobre a série “The Dresden Files”, um dos pilares do gênero. Jim Butcher
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